trove jares
aqui nunca se sabe quem está, de onde veio, o que leu... a menos que a tecnologia atraiçoe essa obfuscação própria das redes e plataformas.
Voyerismo ou consumo de arte, literatura resultante de actos voluntários, praticados com dolo de pensamento e com consubstanciação pela palavra, que dita de outra forma, até podia ganhar peso na sonoridade, não fosse eu um surdo para a vida, cego para outrem e mudo para o sentimento.
esvaio-me, a duas horas de distância, daqui, que em tudo torna diferente, se essas horas foram percorridas a pé, comboio, carro ou avião.
não foi o tempo nem a sua medida, que me distanciaram de ti, foi a velocidade, a rapidez com que nos consumimos.
é por isso que escrever é tão poderoso: consegue-se violar a ética e apunhalar a moral, saindo tudo o que se queira, do plano interno, para o externo, sem acto real, se não o da escrita.
é por isso que isto aqui, como forma de expressão e expressão cultural, não sendo nada, pode ser um tudo: subversão, antagonismo, alinhamento, inconformismo.
mas é sempre criação.
meu. escrito e feito por mim, deixado como quis.
obfusca-te aqui comigo, nestes e por esses pensamentos, que nada mais são do que exteriorizar o ser.
deixa-te estar, com esses olhos nestas letras, e na volta, diz.
que é com,o quem te diz, escreve.