nos últimos anos, já de mão cheia, há um tendência abissal para que em datas significativas aconteçam factos que trastornam a vida.
celebra-se mais uma ausência de um entre querido desaparecido da face da terra; outros, ainda vivos, assistem e vivem a deslocalização de uma vida inteira à face de uma imposição legal; outros, esperam que a indiqueta, sob a forma de seta luminosa do destino, esteja visível à beira da estrada - para que conste e de preferência, para que não falhe.
por vezes é necessário sacudir e agitar o outro, para nos preservarmos ambos.
por vezes a melhor forma de se ajudar, é afastar-mo-nos.
mesmo assim, interrogo-me sobre os papéis que desempenhamos na vida uns dos outros.
acreditando convictamente de que há um motivo maior para darmos valias em momentos das vidas de uns com outros,
coloco-me de fora, esperando que as percepções se sedimentem, oferecendo-me e proporcionando uma oportunidade
de acção.
homem que o é, não se declara sem considerar o pacote familiar, que vem, num todo.
mulher que o seja, percebe isso e percebe que quem quer ocupar um lugar consigo (família) devia ser distinguido e valorizado.
em termos ciência económica, diria que neste mercado, não sendo único no género, não se é, de todo, um bem de substituição.
visa-se sem dúvida o estabelecimento de um monopólio relacional, a dois.
a paciência é uma externalidade do amor por outro; um custo que impende sobre o desenvolvimento de uma estratégia de lisura.
esquecer isto perante a dúvida de quem é quanto no quê num tio, é ceder a cantos de sereia, lindos discursos de mera intenção e concentração perene numa só pessoa, onde o projecto de casal nem de base restrita é; esquecendo o todo, a visão de conjunto, a dinâmica moderno-familiar, traduzida nas dificuldades de adaptação prática, cimento necessário da relação, é esquecer que o sentimento de satisfação e de felicidade andam a par.
alea jacta est.