- então somos pequeninos para saber tudo o que se passa contigo? - sim. - então, a vida é uma selva? - sim. - então não nos dizes, porque ainda não nos sabemos camuflar para andar na selva? - isso mesmo... - então, vamos ter de treinar a camuflagem...
Há gente que espera de olhar vazio Na chuva, no frio, encostada ao mundo A quem nada espanta Nenhum gesto Nem raiva ou protesto Nem que o sol se vá perdendo lá ao fundo
Há restos de amor e de solidão Na pele, no chão, na rua inquieta Os dias são iguais já sem saudade Nem vontade Aprendendo a não querer mais do que o que resta
E a sonhar de olhos abertos Nas paragens, nos desertos A esperar de olhos fechados Sem imagens de outros lados A sonhar de olhos abertos Sem viagens e regressos Outro dia lado a lado
Há gente nas ruas que adormece Que se esquece enquanto a noite vem É gente que aprendeu que nada urge Nada surge Porque os dias são viagens de ninguém
A sonhar de olhos abertos Nas paragens, nos desertos A esperar de olhos fechados Sem imagens de outros lados A sonhar de olhos abertos Sem viagens e regressos A esperar de olhos fechados Outro dia lado a lado
Aprende-se a calar a dor A tremura, o rubor O que sobra de paixão Aprende-se a conter o gesto A raiva, o protesto
A noite vem às vezes tão perdida E quase nada parece bater certo Ha qualquer coisa em nós inquieta e ferida E tudo o que era fundo fica perto Nem sempre o chao da alma é seguro Nem sempre o tempo cura qualquer dor E o sabor a fim do mar que vem do escuro É tanta vezes o que resta, do calor
Se eu fosse a tua pele Se tu fosses o meu caminho Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho
Trocamos as palvras mais escondidas Que só a noite arranca sem doer Seremos cumplices o resto da vida Ou talvez só ate amanhecer Fica tão facil entregar a alma A quem nos traga um sopro do deserto Olhar onde a distância nunca acalma Esperando o que vier de peito aberto
Se eu fosse a tua pele Se tu fosses o meu caminho Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho
passou-me despercebido: irá dar-se uma substituição de "estações de trabalho", vulgo "PC's de secretária", por portáteis.
Claro, que numa organização a sério, estruturada, onde se tomam decisões programadas, já está tudo pensado para se fazer frente ao número de portáteis que vão desaparecer... e à informação que eles contêm. Por isso, já se deu formação generalizada, para o uso de cifragens fortes sobre os dados; o Departamento de informática já sabe que catalogação vai fazer; já se sabe quem são os Departamentos que mais precisam desses meios; já se tomaram medidas para prevenção de "sniffing" de redes-rádio; já se sensibilizaram os colaboradores para pesarem a importância do "levo para casa e só uso eu" vs. "deixa-o lá jogar um bocadinho"; e já há planos de contingência para as infecções virais de última geração; foi desenhado um plano de estudos para as consequências da transformação do "sistema sempre dentro de casa" vs. "sistema que entra e sai"... e muito mais...
Gosto de ti como quem gosta do sábado, Gosto de ti como quem abraça o fogo, Gosto de ti como quem vence o espaço, Como quem abre o regaço, Como quem salta o vazio, Um barco aporta no rio, Um homem morre no esforço, Sete colinas no dorso E uma cidade p’ra mim.
Gosto de ti como quem mata o degredo, Gosto de ti como quem finta o futuro, Gosto de ti como quem diz não ter medo, Como quem mente em segredo, Como quem baila na estrada, Vestido feito de nada, As mãos fartas do corpo, Um beijo louco no porto E uma cidade p’ra ti.
Enquanto não há amanhã, Ilumina-me, Ilumina-me. Enquanto não há amanhã, Ilumina-me, Ilumina-me.
Gosto de ti como uma estrela no dia, Gosto de ti quando uma nuvem começa, Gosto de ti quando o teu corpo pedia, Quando nas mãos me ardia, Como silêncio na guerra, Beijos de luz e de terra, E num passado imperfeito, Um fogo farto no peito E um mundo longe de nós.
Enquanto não há amanhã, Ilumina-me, Ilumina-me. Enquanto não há amanhã, Ilumina-me, Ilumina-me.
lá encontrei um canto onde encostar a bike. respiro. se paro, as feridas feitas pelas correntes, gritam na água fria como as outras. separo. marcas de pneus deixadas na areia e na pele. grilhetas. lembra o referão da música "e a dor é tão perto". para. paro. paro tudo. paro para escutar e nem o vento sopra. se paro, dói. separo recordações num "já visto" mais ou menos recente. nem me lembrava que era possível ficar e seguir. evidências pardas em ondas de pesqueiro manso muita força de vontade onde há pouca razão fica emoção e pouca razão onde não há força - nem decisão. junto ideias. pedalo para ficar, seguindo.
Conta-me histórias A que eu gostaria de voltar Tenho saudades de momentos Que nunca mais vou encontrar A vida talvez sejam só 3 dias Eu quero andar sempre devagar Até a ti chegar
Ninguém é de ninguém Mesmo quando se ama alguém Ninguém é de ninguém Quando a vida nos contém Ninguém é de ninguém Quando dorme a meu lado Ninguém é de ninguém Quando fico acordado vendo-te dormir
Um raio de sol através de um vidro Faz-me por vezes hesitar Na vontade de estar contigo Pelo dia paira no ar. Paira no ar
Ninguém é de ninguém Mesmo quando se ama alguém Ninguém é de ninguém Quando a vida nos contém Ninguém é de ninguém Quando dorme a meu lado Ninguém é de ninguém Quando fico acordado vendo-te dormir