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Mai07
ter tempus
Tempus
"Não faças da tua vida um rascunho. Podes não ter tempo para passar a limpo."
Quando li, assim de repente, até parecia fazer sentido.
Mas não tem.
A nossa vida não admite segunda hipótese quanto às opções tomadas.
Cada opção que se toma é irreversível; não admite, nunca, passagens a limpo, porque da opção (vontade) resulta a escolha de um caminho que se percorre e se vem a revelar, independentemente do piso, de viagem melhor ou pior para o caminhante.
Para que isso acontecesse (passar a limpo) era preciso poder viajar no tempo e apenas para o caso de uma situação concreta, escolher de forma diferente uma opção anteriormente tomada.
E mesmo que fosse possível passar a limpo, tal não era mais que uma nova opção num tempo, irreversível, da qual decorreriam novamente (outras) consequências.
No máximo, pode-se retirar daquela frase a ideia de que se não deve perder a oportunidade de se passar a limpo, não o rascunho, mas no campo das consequências daquilo que já se escreveu: saber pedir desculpa; admitir erros; amar os seus; melhorar-se.
Uma vez rascunhado, não há volta atrás; não há emenda. Segue-se em frente, tentando apenas, escrever melhor.
Poder emendar o rascunho, é o mesmo que poder alterar o tempo. É ter rede para quando se cai.
E isso é tão verdade, que, na vida, quando se tem de tomar uma decisão, custa, cria angústias e por vezes a consequência disso até é não se conseguir decidir. E vendo bem, não qualquer rascunho! O que há, é um conjunto de várias páginas.
Àquilo, contraponho: "A vida, escreve-se sempre, de uma só vez, e no original: sem rascunho."
Quando li, assim de repente, até parecia fazer sentido.
Mas não tem.
A nossa vida não admite segunda hipótese quanto às opções tomadas.
Cada opção que se toma é irreversível; não admite, nunca, passagens a limpo, porque da opção (vontade) resulta a escolha de um caminho que se percorre e se vem a revelar, independentemente do piso, de viagem melhor ou pior para o caminhante.
Para que isso acontecesse (passar a limpo) era preciso poder viajar no tempo e apenas para o caso de uma situação concreta, escolher de forma diferente uma opção anteriormente tomada.
E mesmo que fosse possível passar a limpo, tal não era mais que uma nova opção num tempo, irreversível, da qual decorreriam novamente (outras) consequências.
No máximo, pode-se retirar daquela frase a ideia de que se não deve perder a oportunidade de se passar a limpo, não o rascunho, mas no campo das consequências daquilo que já se escreveu: saber pedir desculpa; admitir erros; amar os seus; melhorar-se.
Uma vez rascunhado, não há volta atrás; não há emenda. Segue-se em frente, tentando apenas, escrever melhor.
Poder emendar o rascunho, é o mesmo que poder alterar o tempo. É ter rede para quando se cai.
E isso é tão verdade, que, na vida, quando se tem de tomar uma decisão, custa, cria angústias e por vezes a consequência disso até é não se conseguir decidir. E vendo bem, não qualquer rascunho! O que há, é um conjunto de várias páginas.
Àquilo, contraponho: "A vida, escreve-se sempre, de uma só vez, e no original: sem rascunho."