Os blogs (WebLogs) já por aqui andam há um bom par de anos. Mas nem por isso constituem uma nova ferramenta de comunicação na INTERNET.</p>
De facto, os blogs descendem directamente de uma forma de comunicação diferida, mais antiga na net, conhecida como newsgroups. Os internautas mais recentes parecem não ligar muito a esta text based tool: perdem-se logo na web, no iRC, no e-mail
e nos blogs, não chegando a tirar partido de uma ferramenta clássica, útil, onde, tal como nos blogs, se exprimem opiniões e se discutem temas, em que depois do post há sempre lugar ao comment, por quem quiser.
Trata-se de um importantíssimo repositório de informação. Quando comparados com os blogs, os newsgroups são um parente pobre, apenas de texto, apesar de poderem arrastar consigo ficheiros de diversa natureza, para que possam ser descarregados mais tarde, num qualquer computador local, em qualquer parte do mundo. Mas não são só essas as diferenças. Devido ao impressionante volume de dados, os newsgroups vivem pouco tempo. Permitem sempre um comentário e quem souber, pode mesmo apagar um post que não criou. Ali, a liberdade de escrever encontra-se com a liberdade de apagar, escreveu alguém noutro lado, vestígio inegável de um dos traços da chamada auto-regulação netiana.
Tal como muitas outras iniciativas na INTERNET, a tentativa do aproveitamento comercial de ferramentas que se tornem populares num curto espaço de tempo, como os blogs, acaba por ser inevitável. Mas para alguns, os blogs constituem uma ameaça e simultaneamente uma nova oportunidade de negócio.
O Sr. William Gates (mais conhecido por Bill Gates) e mais algum pessoal da sua companhia, (Joe Wilcox) já estão preocupados. Preocupados porque não têm software que crie blogs. Preocupados, porque os blogs funcionam sem dependência de um sistema operativo em concreto, nem de um browser específico: podemos usar o netscape a partir de uma máquina linux ou apple. Deste modo, os blogs não vendem mais sistemas operativos ou qualquer outro programa da MS, o que na conhecida perspectiva monopolista que caracteriza aquela empresa, blogs independentes do software que produz e vende, são um facto arrepiantemente intolerável sempre prontamente combatido.
E neste contexto, o Google assume-se como concorrente de ideias e de software. Assalta-nos a dúvida: o que irá a MS fazer, para que com toda a lealdade, interesse pelo consumidor, inovação tecnológica e espírito de sã concorrência, superar o Google, Inc.?