09
Nov06
vai tu!
Tempus
"Vai buscar!" - gritou ele. Al'Khorezmi deu origem ao conceito de "algoritmo". Hoje, a definição passa por "um conjunto predeterminado e bem definido de regras e de processos destinados à solução de um problema, com um número finito de etapas". Isto é talqual a vida, o algoritmo supremo do Homem. Problematizando-a (muito ao jeito dos filósofos) concluo que o tempo (factor "t") é determinante para o percurso das etapas. Se os "tempus" podem não ser convergentes para os solucionadores, como acertadamente me diziam hoje, resta a fé na própria vida, esperando que toda a etapa percorrida tenha um sentido, algum sentido, qualquer sentido, ainda que não totalmente percepcionada pelos actores dessa vida. É nessa dicotomia (fé no sentido da vida vs. vida como ela é) que se encontra a expressão absoluta e radical do livre arbítreo, reflexo do que mais humano o humano pode ter: o erro de avaliação na escolha de vida, perante a função felicidade. Agostinho da Silva, ele próprio radical, não chegou, penso, a explicar a relação entre o mais puro individualismo e a afirmação de vida, se não no que de mais próprio exemplificou com a sua própria vida. Se o "ismo" é um sistema acabado, porque explicativo e completo, o "easyismo" perante a vida aparece como distorção das componentes da função felicidade. Sugere a curta reflexão, que perante o algoritmo vida não existe, portanto, pré-determinação possível, o que compromete a existência de etapas. E não as havendo, inexistem escolhas; assim sendo, torna-se claro que o livre arbítrio é uma ficção. Donde, a vida não é mais que um caos situacionável, conforme ao momento e efémeramente condicionado por "tudo o que é" em redor do indivíduo. Inexiste portanto qualquer sentimento, como seja o amor, a paixão ou o ódio. Subsiste apenas o momento em que o "interesse de vida" condicionado, pode ser mais ou menos estável no tempo e este, criação humana, é uma parcela da ficção individual. Estamos "Sós e sem desculpas".